Objectivo. Revisão da terapêutica farmacológica antidepressiva presente e futura baseada nos avanços da biotecnologia. Desenvolvimento. A visão simplista e errónea de um único sistema neurotransmissor alterado na depressão e, portanto, um único tratamento, mudou. As técnicas de biologia molecular e genética permitiram conhecer outras possíveis alterações químicas no cérebro. Mais além da única participação dos sistemas moduladores monoaminérgicos, hipótese clássica. Descrevem-se as evidências das relações entre a depressão e efeito terapêutico dos antidepressivos (AD) clássicos com: a) O sistema peptidérgico da hormona libertadora da corticotropina, o cortisol e o estado funcional dos seus receptores; b) Os sistemas de sinalização intracelular, como o AMPc sobre os factores de transcrição como CREB e as neurotrofinas; c) O sistema imune e as citocinas; d) A transmissão glutamatérgica; e e) O sistema neuropeptidérgico da substância P, os esteróides neuroactivos e a glia. Isto permitiu a emergência de outras hipóteses bioquímicas sobre a depressão e a possibilidade de novos tratamentos. Conclusões. Embora hoje se continue a não conhecer com certeza a causa exacta nem os processos que determinam as doenças mentais como a depressão, nem como se produz a melhoria com os antidepressivos disponíveis, existe uma grande esperança com a ajuda da biotecnologia de que se avançará para um melhor conhecimento das inter-relações entre os sistemas nervoso, imune e endócrino, com as suas cascatas intracelulares e consequências finais na expressão genética e função proteica na depressão; isso permitirá o desenvolvimento de fármacos mais eficazes, rápidos, selectivos e que, de futuro, com a ajuda da psicogenómica, poderão inclusivé desenhar-se para cada doente.
Palabras claveBiotecnologiaHormona libertadora de corticotropina (CRH)Proteína que se liga ao elemento de resposta ao AMPc (CREB)Psicoses afectivasCategoriasNeuropsiquiatría
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