Introdução. Estima-se que entre 3 e 13% dos abcessos cerebrais (AC) podem ter origem como consequência de infecções orais ou de manipulações odontológicas. Objectivo. Determinar a prevalência de AC de origem oral no nosso meio, analisando as suas características clínicas e microbiológicas. Doentes e métodos. Estudaram-se retrospectivamente as histórias clínicas de 53 doentes com diagnóstico de AC em três hospitais da Galiza em 2001 e 2002.
Resultados Em seis casos (11,1%), os AC consideraram-se de origem oral; quatro foram associados à presença de um processo infeccioso e os dois restantes a uma manipulação odontológica realizada meses antes do início dos sintomas. Em metade dos doentes não existiam antecedentes médicos de interesse.; dois tinham um historial de abcessos extra-cranianos e um apresentou um défice de imunoglobulina A. Em quatro casos o estudo microbiológico do abcesso foi positivo, e identificaram-se bactérias típicas da flora oral (Streptococcus viridans e Peptostreptococcus spp.). Conclusões. Os resultados do presente estudo demonstram que a prevalência de AC de origem oral é significativa. Como consequência, é importante manter um bom estado de saúde oral e aplicar medidas de profi-
laxia específicas antes de qualquer manipulação odontológica, par-
ticularmente em doentes com factores de risco reconhecidos.
Palabras claveAbcesso cerebralInfecção focalInfecção oralOdontologiaTratamento dentalCategoriasInfecciones
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