Introdução. Os enfartes cerebelosos expansivos (ECE) formam um subgrupo dentro da patologia isquémica cerebral, geralmente bem tolerado clinicamente e habitualmente com boa resposta ao tratamento médico. Contudo, em determinados casos, pelo seu volume e localização, podem associar-se a uma deterioração progressiva que necessite de tratamento cirúrgico. Apresentamos os casos clínicos de dois doentes com ECE que ilustram as duas alternativas de tratamento.
Casos clínicos Apresentamos o caso de um doente de 65 anos de idade com síndroma vertiginosa, incapacidade para a marcha e dor de cabeça. Na tomografia computorizada (TC) observamos um ECE hemisférico esquerdo que desloca o IV ventrículo, apaga as cisternas e origina hidrocefalia. Com tratamento médico o doente melhorou clinicamente, ao fim de uma semana, pôde deambular de forma independente. Também apresentamos uma doente de 75 anos de idade com clínica de deterioração do nível da consciência. A TC e a ressonância magnética mostraram um ECE hemisférico direito extenso com deslocamento do IV ventrículo, apagamento das cisternas perimesencefálicas e hidrocefalia triventricular. Realizou-se craniotomia suboccipital, excisão de material necrótico cerebeloso e plastia dural. Às 24 h a doente expressava-se com coerência e executava ordens. Apresentou ataxia e dismetria direita após a cirurgia, compensadas com tratamento de reabilitação. Conclusões. Os nossos casos clínicos ilustram as alternativas perante aqueles doentes com enfarte cerebeloso com características clínico-radiológicas de expansão. Estes doentes devem ser controlados cuidadosamente pelo risco de deterioração clínica, caso em que a cirurgia precoce pode aumentar a sua sobrevivência.
Palabras claveCirurgiaEnfarte cerebelosoPrognósticoTratamento conservadorTratamento descompressivo
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