Objectivo. Investigar as características das alterações comportamentais (sintomas não cognitivos ou neuropsiquiátricos) que apresentam os indivíduos com doença de Alzheimer provenientes de uma amostra populacional e a sua relação com a deterioração cognitiva e funcional que mostram estes doentes. Doentes e métodos. NEDICES é um estudo populacional longitudinal baseado no censo sobre doenças neurológicas em indivíduos maiores de 64 anos. Em 2001 estudou-se a situação de 83 indivíduos que tinham iniciado doença de Alzheimer entre 1994 e 1997. Foram apenas examinados 32 indivíduos devido a morte e a outras causas. Realizou-se uma entrevista estruturada com escalas referentes a situação cognitiva, capacidade funcional, gravidade da demência e presença e gravidade de alterações neuropsiquiátricas.
Resultados Todos os doentes estudados apresentavam algum sintoma não cognitivo. A apatia foi o mais frequente (93,8%), seguido por irritabilidade (81,1%), ansiedade (75,0%), disforia (71,8%) e agitação-agressão (56,2%). Os menos frequentes foram os delírios (50,2%), as alterações do comportamento nocturno e a actividade motora aberrante (37,6%), as alterações do apetite e a alimentação e as alucinações (24,9%), a desinibição (21,8%) e a euforia (21,6%). O grau da deterioração cognitiva e a presença de sintomas não cognitivos tiveram uma influência similar e independente sobre a capacidade funcional. Apenas 56,3% dos doentes eram tratados com algum tipo de medicação anticolinesterásica ou psicotrópica. Conclusões. Confirmamos num estudo populacional baseado no censo a alta prevalência de sintomas não cognitivos em doentes com doença de Alzheimer; este dado reafirma que estes sintomas são manifestações intrínsecas da doença.
Palabras claveAlucinaçõesComportamentoDelírioDemênciaDepressãoDoença de AlzheimerPerturbações afectivasPerturbações psicóticasTestes neuropsicológicosCategoriasDemenciaNeurodegeneraciónNeurología del Lenguaje y la ComunicaciónNeuropsiquiatría
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