Objectivo. Na busca de novos factores de risco vascular potencialmente tratáveis, a presença de uma avaliação dos níveis plasmáticos de homocisteína total (tHc) no sangue foi postulada nestes últimos anos como sendo um destes, gerando numerosa bibliografia e controvérsia. A origem desta hipótese baseia-se na observação de que os doentes com perturbações congénitas do metabolismo da homocisteína (Hc) padeciam de aterosclerose precoce. Na presente revisão analisam-se os estudos publicados sobre Hc e doença vascular cerebral (DVC). Desenvolvimento. Um importante número de estudos retrospectivos, caso-controlo, encontrou uma associação forte e dose-dependente entre os níveis plasmáticos da Hc e DVC, coronária e tromboembólica periférica. Contudo, os estudos prospectivos publicados observam uma associação entre homocisteinemia e DVC débil ou inexistente. Além disso, algumas observações questionam a relação da causalidade entre hiperhomocisteinemia e aterotrombose, que explicam os achados dos estudos retrospectivos como resultado da elevação da Hc após um AVC ou o seu incremento por factores de risco vascular clássicos. Apesar de tudo, o conhecimento de que a ingestão de ácido fólico, vitamina B12 e piridoxina diminuem os níveis plasmáticos de tHc, levou a ensaios clínicos que avaliam os efeitos desse tratamento sobre o risco vascular. Conclusão. A relação entre os níveis plasmáticos do tratamento da Hc e DVC é controversa. Novos estudos e o resultado dos ensaios clínicos com tratamento vitamínico esclarecerão nos próximos anos esta relação.
Palabras claveAVCDoença cardiovascularDoença vascular cerebralEstenose carotídeaFactores de riscoCategoriasPatología vascular
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