Introdução. O diagnóstico da hemicrania baseia-se exclusivamente em dados clínicos, e convém aplicar critérios consensuais e válidos como referência diagnóstica comum. Objectivo. Estudar as características epidemiológicas e clínicas da hemicrania na idade pediátrica e analisar a validade dos critérios utilizados no seu diagnóstico. Doentes e métodos. Foram revistas 290 histórias de doentes com cefaleias recorrentes (150 com hemicrania e 140 com cefaleias não hemicranianas), e foram recolhidos dados epidemiológicos e clínicos e, quando o caso, exames complementares. Calculou-se a sensibilidade, a especificidade e o quociente de verosimilhança dos critérios de Vahlsquit, Prensky e da IHS para a hemicrania.
Resultados 32% das hemicranias tinham aura. A idade de início da hemicrania era de 8,7±2,9 anos, sem diferenças entre os sexos. Apesar disso, na hemicrania com aura a idade de início (9,7±3,3 anos) e a prevalência do sexo feminino (63,3%) eram significativamente maiores (p<0,05). A história familiar era positiva em 77,3% dos casos. Na hemicrania a dor era unilateral (44,4%) ou bilateral (55,6%), pulsátil (93,7%), interrompia a actividade diária (63,2%) agravava-se com o exercício (68,1%) e era acompanhada por vómitos (70,1%) e fotofobia/sonofobia (66,2%). O carácter pulsátil, os vómitos a unilateralidade e a intensidade moderada-grave eram os itens de maior capacidade discriminativa, e os critérios da IHS os de maior validade diagnóstica. Conclusões. A hemicrania é uma patologia comum na idade pediátrica, de início preferencialmente na idade escolar. Os critérios da IHS permitem o seu diagnóstico, embora o controlo evolutivo seria a prova de referência para validar os critérios diagnósticos.
Palabras claveCefaleiaHemicraniaInfânciaCategoriasCefalea y MigrañaDolor
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