Objectivo. Revê-se o valor do perímetro cefálico (PC) à nascença e do crescimento cefálico no recém-nascido, para prever o desenvolvimento neurológico posterior, dando ênfase aos novos conhecimentos nesta área. Desenvolvimento. Durante a infância o PC está estritamente correlacionado com o volume intra-craniano e prevê rigorosamente o volume cerebral. A alteração do tamanho cefálico à nascença, como o crescimento deste durante o período neonatal, pode expressar a existência de lesão cerebral e, em outras ocasiões, assinalar a presença de entidades que comportam diversos graus de disfunção neurológica na infância. Em geral, a transcendência neuroevolutiva que comportam as alterações no tamanho e no crescimento da cabeça está relacionado mais com a etiologia subjacente ou a presença de patologia estrutural do cérebro do que com as alterações do PC per se. A vigilância do crescimento cefálico é de grande utilidade nos recém-nascidos doentes, particularmente nos recém-nascidos pré-termo < 1.500 g, independentemente de que sejam de peso adequado ou de baixo peso para a idade gestacional, tanto na altura do internamento no hospital, como durante os primeiros meses de vida. Nestes doentes, a recuperação do crescimento cefálico tem percentis de crescimento constitucionais nos primeiros meses de vida, sendo um factor prognóstico neuroevolutivo favorável. Conclusão. A medição do PC e a vigilância do crescimento cefálico constituem os métodos mais simples, baratos, rápidos e disponíveis que contribuem para avaliar a normalidade do desenvolvimento do sistema nervoso central e reconhecer recém-nascidos em risco de perturbações do neurodesenvolvimento.
Palabras claveMegalocefaliaNeurodesenvolvimentoRecém-nascidoVolume cerebral
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