Objectivo. Apresentar uma actualização dos dados disponíveis quanto à aplicação clínica da técnica da escuta dicótica em neurologia e neuropsiquiatria. Desenvolvimento. Descreve-se a escuta dicótica e os dois aspectos cognitivos que podem ser valorizados: primeiro, a lateralização da linguagem, com o modelo de Kimura, como proposta explicativa anatómica do conhecido efeito da vantagem do ouvido direito. Segundo, os processos atencionais, com o modelo de Kinsbourne e a descrição do paradigma de atenção forçada de Hugdahl como método de trabalho para avaliar a atenção selectiva e as funções executivas. Nas secções subsequentes são revistos os dados para ambos os tipos de processos cognitivos na esquizofrenia, depressão, dislexia e esclerose múltipla, com a inclusão das descobertas do nosso laboratório no que diz respeito a esta última patologia. Conclusões. A escuta dicótica é uma técnica útil para avaliar o funcionamento dos lóbulos temporal e frontal, assim como a comunicação inter-hemisférica através do corpo caloso. O seu uso na clínica trata de aplicá-la também ao diagnóstico, à delimitação de perfil das patologias e à previsão do curso da doença, e nalguns casos parece ser prometedora, embora com reservas por falta de mais investigação.
Palabras claveAtençãoDepressãoEsclerose múltiplaEscuta dicóticaLateralizaçãoCategoriasEsclerosis múltipleNeuropsiquiatría
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