Introdução. Episódios de meningite bacteriana recorrentes podem apresentar-se por alterações congénitas ou adquiridas. A deformidade congénita do labirinto ósseo pode associar-se com um trajecto fistuloso entre este e o espaço subaracnoideu intra-craniano. A deformidade de Mondini é uma malformação frequente em doentes com surdez congénita.
Caso clínico Adolescente com antecedente de surdez de um dos ouvidos, que a partir dos 10 anos de idade começou a apresentar meningoencefalites bacterianas de repetição, com isolamento microbiológico em três ocasiões de Streptococcus pneumoniae. O tipo de microrganismo isolado no líquido cefalorraquidiano (LCR) e o antecedente de surdez congénita que se detectou aos 3 anos de idade foram as pistas de diagnóstico da possível anomalia do ouvido interno com fístula de LCR. A rinorreia de LCR que se demonstrou clinicamente contribuiu para o diagnóstico da anomalia do ouvido com fístula. Os estudos de tomografia axial computorizada e ressonância magnética do penhasco evidenciaram a malformação, que logo no acto operatório do ouvido afectado foi possível de comprovar e fechar. A ausência clínica de rinorreia, a evolução sem novas infecções um ano depois de operar a doente e os estudos pós-cirúrgicos com imagens constituíram evidência do encerramento da fístula. Conclusão. A displasia de Mondini com fístula de LCR deve ser una possibilidade de diagnóstico perante um doente com meningoencefalites bacterianas de repetição. Os estudos de imagens, sobretudo a ressonância magnética, permitem comprovar o diagnóstico. A cirurgia do ouvido permite o encerramento da fístula de LCR.
Palabras claveAnomalias do penhascoDéfice auditivoFístula de líquido cefalorraquidianoMalformação do ouvidoMeningite recorrenteCategoriasInfecciones
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