Introdução. As convulsões febris (CF) são um processo benigno; não obstante, foram identificados diversos factores relacionados com um maior risco de recorrências e epilepsia. Objectivo. Realizar uma análise evolutiva de um grupo de crianças com CF para determinar os factores epidemiológicos e clínicos que poderiam condicionar o prognóstico destes doentes. Doentes e métodos. Foram revistas 234 histórias de crianças que apresentaram a sua primeira CF entre 1989 e 1996; foram recolhidos dados epidemiológicos, clínicos e evolutivos. Foram excluídos os doentes com risco neurológico. Os doentes foram divididos em dois grupos, conforme tivessem apresentado a sua primeira CF antes (grupo menor, n = 69) ou depois (grupo maior, n = 165) de cumprir os 15 meses de idade.
Resultados A idade média da primeira CF era de 20,6 ± 8,9 meses, sendo maior (p < 0,05) nas crianças com CF única (23,6 ± 9,1 meses), e menor (p < 0,05) nas que apresentaram recorrências (17,7 ± 7,4 meses) e epilepsia (14,3 ± 6,5 meses). A relação rapaz/rapariga era de 1,09 no grupo menor e de 1,96 no grupo maior (p < 0,05). O risco de recorrências era de 73,9% no grupo menor e de 33,1% no grupo maior (p < 0,05), e em ambos os grupos aumentava se existissem antecedentes familiares de CF ou epilepsia. O risco de epilepsia era de 11,6% no grupo menor e de 3,0% no grupo maior (p < 0,05), mas no grupo menor aumentava sim a primeira CF ou as recorrências eram complexas. Conclusões. A idade da primeira CF é um dado substancial na história natural desta entidade nosológica, já que condiciona algumas características epidemiológicas e, especialmente, o prognóstico destes doentes.
Palabras claveConvulsões febrisFactores de riscoIdadeRecorrênciasCategoriasEpilepsias y síndromes epilépticosNeuropediatría
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