Introdução. A cefaleia, manifestação clínica da hipertensão intra-craniana é também uma queixa clínica na prática médica, bem como uma das principais causas de consulta na idade pediátrica. Em certas ocasiões, determinar se este sintoma é secundário ou não a uma descompensação da pressão intra-craniana em crianças com hidrocefalia, é um desafio. O objectivo deste trabalho é classificar as cefaleias numa população pediátrica portadora de uma válvula de derivação ventrículo-peritoneal por hidrocefalia. Doentes e métodos. Estudo de uma série de casos com seguimento longitudinal. 20 crianças portadoras de una válvula de derivação ventrículo-peritoneal devido a hidrocefalia foram seguidas durante um período médio de oito meses, por apresentarem cefaleias recorrentes. A todas elas foi aplicado um questionário para definir as características da cefaleia. Aquelas com suspeita clínica de hipertensão intra-craniana foram submetidas a um estudo de tomografia cerebral.
Resultados Foram estudados 20 doentes, oito rapazes e 12 raparigas, com uma idade média de 8,6 ± 2,8 anos. A hidrocefalia era secundária à malformação da transição crânio-cervical e mielomeningocele em todos eles. A etiologia da cefaleia foi: cefaleia primária do tipo hemicraniana (14 doentes, 70%), cefaleia de tipo tensional (dois doentes; 10%). As cefaleias secundárias apareceram em quatro doentes (20%) devido a sinusopatia aguda, erros de refracção e infecção sistémica; apenas um doente apresentou cefaleia por hipertensão intra-craniana. Conclusões. A hemicrania predomina como cefaleia primária em crianças portadoras de válvulas de derivação, fenómeno que pode explicar-se pela sua alta prevalência na população pediátrica.
Palabras claveCefaleiaCriançasDerivaçãoHemicraniaCategoriasCefalea y MigrañaDolorNeuropediatría
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