Introdução. Duas formas de crescimento dos linfomas cerebrais são descritas na neurorradiologia: lesão de massa, única ou múltipla, com captação homogénea de contraste, e infiltração difusa. A citometria de fluxo permite diagnosticar o linfoma não Hodgkin B, quando se detecta clonalidade B; habitualmente, é utilizada nas amostras de sangue periférico ou da medula óssea, mas pode usar-se no líquido cefalorraquidiano (LCR).
Caso clínico Mulher de 68 anos. Foi hospitalizada devido a estado de confusão e semiparalisia direita, rapidamente progressiva em alguns dias. A ressonância magnética (RM) craniana revelou uma lesão infiltrativa difusa, sem captação de contraste, que envolvia os núcleos da base esquerdos, a substância branca frontal esquerda, a joelho do corpo caloso e a substância branca frontal direita. O LCR revelou uma discreta pleocitose (20 células/mL) e uma acentuada hipoglucorraquia (10 mg/dL). A citologia apenas objectivou linfócitos, sem dados de atipia. A citometria de fluxo detectou células grandes mononucleares B, com fenótipo CD19 + CD20 + CD10-l, próprias do linfoma não Hodgkin difuso de células B grandes. O curso clínico foi rapidamente fatal, progrediu para o hemisfério esquerdo e estado de coma, e a doente faleceu duas semanas após ter sido hospitalizada. Conclusões. Em casos de linfoma cerebral, particularmente quando o padrão neurorradiológico é de infiltração difusa e existem anomalias do liquor, a citometria de fluxo ao LCR pode servir para diagnóstico, evitando outros procedimentos invasivos cerebrais sobre lesões que habitualmente têm uma localização profunda e mal definida.
Palabras claveCitologiaCitometria de fluxoInfiltraçãoPleocitose
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