Introdução. A entrada sensorial que recebe o sistema nervoso central representa um enorme espectro de informação proveniente tanto do mundo exterior como do próprio corpo. Isto constitui um conjunto de influências sobre o desenvolvimento do cérebro que inclui, no caso particular que nos ocupa, a organização do ciclo sono-vigília. Desenvolvimento. Propusemos que a alteração no processamento de informação sensorial no ciclo sono-vigília possa ser evidenciada parcialmente através do registo extra-celular da actividade unitária neuronal e que alguns destes neurónios podem formar parte de processos activos em relação com a geração e/ou manutenção do sono. A organização de redes neuronais em vigília é diferente daquela encontrada durante o sono e ambas estão moduladas pela informação sensorial. Durante o sono os neurónios auditivos apresentam uma actividade provocada em aumento, decréscimo ou mantêm as mesmas características que em vigília tranquila. Isto demonstrou-se a distintos níveis da via; incluíram-se os neurónios corticais e apresentaram-se alterações na configuração de descarga a metade dos neurónios estudados. Não se encontrou nenhum neurónio auditivo que detivesse a sua actividade quando o animal dormia. Conclusões. O sistema auditivo está em contacto permanente com o ambiente através daqueles neurónios que mantêm a sua actividade, aumentando ou diminuindo, sendo postulados como participantes activos dos processos do sono. A contínua entrada de informação sensorial durante o sono estaria ao serviço de ‘esculpir’, modular, o cérebro através de um mecanismo actividade-dependente como foi proposto para a vigília.
Palabras claveActividade unitáriaCórtex auditivoSistemas sensoriaisCategoriasNeurociencia básicaNeuropsiquiatríaSueño
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