Introdução. Existe uma associação clara entre o vírus da imunodeficiência humana e a neuropatia periférica. A polineuropatia periférica (PNP) é a complicação neurológica mais frequente, devido tanto à própria infecção como à neurotoxicidade derivada das terapias anti-retrovirais de grande actividade (TARGA). Objectivo. Esclarecer a incidência da PNP sintomática associada às TARGA e conhecer a verdadeira prevalência de neuropatia subclínica após um tratamento prolongado de vários anos. Doentes e métodos. Para avaliar a incidência da PNP sintomática realizou-se um estudo dos doentes em tratamento com TARGA com a combinação de didanosina (ddI), lamivudina (3TC) e efavirenz, e definiu-se a sua presença na confirmação clínica e electromiográfica. Por outro lado, com a finalidade de estudar a prevalência da PNP assintomática ou subclínica seleccionaram-se doentes sem PNP que estavam há mais de dois anos com o referido tratamento, com uma carga viral indetectável durante mais de um ano e sem outros factores de risco para a PNP, tendo sido sujeitos voluntariamente a um estudo electromiográfico para PNP.
Resultados Dos 108 doentes estudados, objectivaram-se unicamente dois casos de PNP sintomática. Conclusões. A incidência de neuropatia clínica após a administração de TARGA é baixa (1,85%); a PNP é uma causa pouco frequente de suspensão. No entanto, a prevalência encontrada de PNP subclínica em doentes com terapia prolongada é elevada (66%), pelo que nos deparamos com um problema pouco conhecido, pouco suspeitado e mais frequente do que se julga.
Palabras claveElectromiografiaNeuropatia clínica e subclínicaNeurotoxicidadeCategoriasInfeccionesNervios periféricos, unión neuromuscular y músculoTécnicas exploratorias
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