Introdução. Existe uma importante discordância entre a evidência disponível sobre o manuseamento das convulsões febris (CF) e o seu grau de aplicação na prática clínica real. Objectivo. Avaliar o grau de idoneidade da prática pediátrica no manuseamento das CF. Materiais e métodos. Estudo bibliográfico estruturado dos trabalhos sobre adequação em relação às CF publicadas na bibliografia biomédica (PubMed, Embase, Índice Médico Espanhol e revisão das referências dos artigos encontrados). Análise metodológica e síntese qualitativa.
Resultados A evidência disponível sobre o diagnóstico e manuseamento das CF é escassa. Salvo a relacionada com a medicação preventiva de recorrências, os restantes critérios de avaliação são baseado na opinião de peritos ou de métodos de consenso. Foram identificados oito artigos que reflectem os seguintes problemas: uso insuficiente ou excessivo de anti-convulsivantes nas crises, realização injustificada de punções lombares, análises sanguíneas, estudos de imagem neurológica ou electroencefalogramas, e prescrição de tratamentos preventivos em CF simples. A qualidade metodológica dos trabalhos revistos é escassa e a sua heterogeneidade impede a síntese quantitativa. Conclusões. O manuseamento das CF na infância deve ser revisto, já que uma parte importante das decisões da prática clínica (tratamento das crises convulsivas, atitude após o episódio convulsivo, testes diagnósticos posteriores) nem sempre se baseia numa evidência científica válida. Apenas dispomos de evidência suficiente sobre a eficácia e segurança dos tratamentos anti-convulsivantes para a prevenção das recorrências.
Palabras claveConvulsões febrisGuias de prática clínicaMedicina baseada na evidênciaPadrões de actuação médicaProcedimentos desnecessáriosCategoriasEpilepsias y síndromes epilépticos
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