Introdução. A melhora das técnicas na cirurgia cardíaca permitiu, nos últimos anos, uma considerável redução da mortalidade no tratamento cirúrgico da patologia da artéria aorta: dissecções e aneurismas aórticos. Ainda que a reparação através de cirurgia seja um êxito no que se refere à continuidade vascular, a morbilidade e mortalidade ligada às complicações neurológicas, tanto cerebrais como medulares, continuam a ser na actualidade muito elevadas. As reparações das lesões aórticas podem produzir lesão através de dois mecanismos principais: a isquémia secundária ao pinçamento aórtico prolongado ou as lesões neurológicas devidas de uma paragem circulatória total. Desenvolvimento. Após a exposição dos mecanismos de lesão medular e cerebral e seus factores de risco, analisamos os métodos de protecção vascular e outras medidas de neuroprotecção, tanto espinal como cerebral. Dentro das técnicas vasculares de protecção espinal são de especial interesse os curto-circuitos ou shunts activos ou passivos e o by-pass cardiopulmonar. Entre as técnicas vasculares de protecção cerebral descreveremos em que consiste e quando se usa a paragem circulatória total e os métodos de perfusão cerebral anterógrada e retrógrada. Como medidas de protecção neuronal geral descreveremos a utilização da hipotermia e fármacos como os corticosteróides, bloqueadores dos radicais livres, antagonistas dos aminoácidos excitadores, etc. Conclusões. Apesar dos numerosos estudos, a grande sensibilidade do sistema nervoso à isquémia originou que em poucos casos se tenham obtido resultados animadores. A lesão neurológica continua a ser na actualidade a principal causa de morbilidade e mortalidade no sector da população que sofre dissecção ou aneurismas aórticos
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