Alterações da deglutição no acidente vascular cerebral: incidência, história natural e repercussões sobre o estado nutricional, a morbilidade e a mortalidade
Objectivo. Determinar a frequência de disfagia no AVC, a sua história natural e o seu significado como factor de risco para a infecção respiratória, a desnutrição e a morte. Doentes e métodos. Estudo prospectivo de 187 doentes consecutivos com acidente vascular cerebral (AVC). Teste estandartizado de disfagia nos primeiros dois dias de evolução, repetido três dias por semana. Determinação de ureia, proteínas totais e albumina na admissão e na alta. Inquérito telefónico aos 6 meses.
Resultados Existiu disfagia para líquidos em 36,4% dos casos e para semisólidos com igual frequência, mas maior intensidade. Em 25,7% dos casos de deglutição impossível a causa foi o estado de coma. Durante a admissão, un terço dos doentes com disfagia faleceu, em un terço resolveu-se e no restante un terço tiveram alta com disfagia. À semana, 1, 3 e 6 meses a taxa de curas da disfagia foi de 29,4, 41,1, 55,9 e 55,9%, e a de sobrevivência de 83,8, 67,6, 61,8 e 60,3%, de forma que aos 6 meses só 3 pacientes (4,4%) se mantinham vivos e com disfagia. Metade das curas ocorreu na primeira semana, e não houve nenhuma após 77 dias. Os doentes com disfagia tiveram, em relação aos sem disfagia, 10 vezes mais risco de infecção respiratória, 18 vezes mais risco de morte, maiores perdas de albumina e menores perdas de ureia. Conclusões. A disfagia tem elevada prevalência nos AVC, e ainda que o seu prognóstico funcional não seja mau, acompanha-se de alta frequência de infecções respiratórias, desnutrição e morte
Palabras claveAlterações da deglutiçãoDoença vascular cerebralEnfarteInfecção respiratóriaMortalidadeNutriçãoCategoriasInfeccionesPatología vascular
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