Introdução. Apesar de se saber que os fármacos antiepilépticos podem modificar o perfil lipídico, os trabalhos iniciais foram efectuados em doentes tratados com politerapia, e os estudos posteriores foram efectuados sobretudo em crianças. Objectivos. Avaliar os lípidos, lipoproteínas e apoliproteínas séricas em doentes adultos com epilepsia, tratados com monoterapia. Material e métodos. Avaliou-se o colesterol total, os triglicéridos, as lipoproteínas de baixa e alta densidade (incluindo as sub-fracções HDL2 e HDL3), e as apolipoproteínas A1 e B em 120 doentes com epilepsia tratados com carbamazepina (n= 42), ácido valpróico (n= 38) e fenitoína (n= 40). Foram comparados com os dados procedentes de 48 indivíduos sãos.
Resultados Nos doentes tratados com carbamazepina e fenitoína observou-se um aumento significativo da maioria dos parâmetros avaliados. Observámos como aspectos distintivos entre os dois grupos a elevação do colesterol HDL2, nos primeiros, e a elevação dos triglicéridos nos segundos. As alterações detectadas, à excepção do aumento no colesterol HDL e a apolipoproteína A1, afectaram exclusivamente o sexo feminino. As modificações relacionadas com a carbamazepina e a fenitoína não mostraram qualquer correlação com as doses ou os níveis plasmáticos dos medicamentos. Nos doentes que receberam ácido valpróico não encontrámos modificações relevantes dos lípidos séricos. Conclusões. As modificações detectadas no perfil lipídico associaram-se à utilização de antiepilépticos com acção indutora enzimática, observando-se diferenças significativas entre os dois sexos
Palabras claveÁcido valpróicoCarbamazepinaCategoriasEpilepsias y síndromes epilépticos
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