Introdução. A doença de Alzheimer (DA) é a causa mais frequente de demência. A sua etiologia é desconhecida e carece de tratamento específico para deter o decurso da doença. Os interferons (IFN) são proteínas que têm efeito antiviral, antiproliferativo e imunomodulador. Exercem as suas acções no sistema nervoso central através dos receptores opiáceos e do sistema dopaminérgico. Existem evidências de que a DA se poderia relacionar com as doenças priónicas e com determinados vírus, assim como que o sistema IFN se encontra deteriorado nesta entidade. Objectivo. Apresenta-se uma revisão dos doentes com DA tratados com IFNa. Desenvolvimento. O primeiro caso conhecido na literatura foi o de um homem de 69 anos com DA definida (NINCDS- ADRDA), a quem se administrou IFNa leucocitário por via intra-tecal e cuja suspeição clínica foi de doença de Creutzfeld-Jakob. Após concluir o tratamento com IFNa, observou-se em dito doente estabilização dos sinais neurológicos. Posteriormente analisam-se os resultados de um ensaio clínico aleatorizado e controlado, em 16 doentes com DA provável (NINCDS-ADRDA) tratados com IFNa2b recombinante por via intramuscular e nos que se observaram mudanças nas avaliações clínicas e neuropsicológicas após um ano de tratamento. Apreciou-se uma melhoria significativa numa das variáveis que mediram a qualidade de vida, assim como certa tendência a uma menor mortalidade nos doentes tratados com IFNa. Conclusão. Estes resultados devem-se investigar em futuros estudos, à luz dos achados actuais que se baseiam no facto de que nas alterações neuropatológicas na DA, as citocinas pró-inflamatórias, algumas de cujas numerosas acções são diminuídas pelo IFNa, podem produzir um efeito deletério na evolução da DA.
Palabras claveDoença de AlzheimerEnsaio clínicoInterferon-a2b recombinanteCategoriasDemenciaNeurodegeneraciónNeuropsiquiatríaPatología vascular
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