A civilização do antigo Egipto abarca um longo período de quase três milénios, e é o exemplo de maior interesse das chamadas culturas arcaicas pré-técnicas. Os papiros representam a principal fonte de informação da actividade médica. Existem catorze papiros médicos, em diferente estado de conservação, a maioria pertencentes ao Império Médio mas o seu conteúdo refere-se com frequência ao Império Antigo (época das pirâmides). São tratados práticos com escassa explicação patológica (um primitivo humoralismo ‘fluvial’, por onde fluem diversos entes malignos) dentro de um sistema mágico-religioso. As observações empíricas que se referem a doenças ou disfunções do sistema nervoso, ainda que não muito abundantes, merecem em nossa opinião esta sumária revisão. Os remédios contra a enxaqueca (‘mal que afecta a média cabeça’), ocupam um amplo capítulo do único papiro completo e o melhor conservado, o papiro Ebers. A demência (‘a deterioração da idade’), as convulsões e a tetânia estão fugazmente presentes nos diversos papiros. A neurologia egípcia faraónica alcança o seu maior interesse na descrição minuciosa das manifestações clínicas dos traumatismos cranianos e vertebrais, e na avaliação ordenada da sua gravidade, presente no papiro de Edwin Smith
Palabras claveDemênciaEnxaquecaHistóriaTraumatismos cranianos e vertebraisCategoriasDemenciaNeurodegeneraciónNeuropsicologíaNeuropsiquiatríaTraumatismos
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