Introdução. Loiseau y Orgogozo (1978) descreveram pela primeira vez as convulsões parciais benignas da adolescência (CPBA). Objectivo. Analisar as características clínicas e electroencefalográficas de doentes adolescentes com diagnóstico de CPBA. Doentes e métodos. Fez-se a revisão das histórias clínicas de 125 doentes que iniciaram epilepsias parciais entre os 10 e os 18 anos, seguidos no hospital J.P. Garrahan, Buenos Aires, entre 1990 e 1997. Catorze destes doentes reuniram os critérios diagnósticos de CPBA. Analisámos os seguintes parâmetros clínicos e electroencefalográficos: sexo, antecedentes pessoais e familiares, idade de início, semiologia, distribuição, duração e frequência das crises, exame neurológico, exames de imagem (TC/RM cerebrais) de acordo com as técnicas convencionais, tempo de seguimento e evolução.
Resultados Dez doentes eram homens (71,4%) e 4 mulheres (28,6%). Tempo de seguimento de 1 a 7 anos (média de 3,1 anos). As convulsões tiveram início entre os 10 e os 16 anos, mediana de 12 anos, com um pico de maior incidência entre os 12 e os 13 anos. As crises foram parciais simples em 12 doentes (85,7%) e parciais complexas em 2 (14,3%); nove casos tiveram convulsões tónico-clónicas secundariamente generalizadas (64,2%). As crises foram curtas em 100%, ocorreram na vigília em 13 casos (93%) e num caso ocorreu durante o sono (7%). Conclusões. As CPBA constituem uma condição transitória que afecta com maior frequência homens, com pico de início entre os 12 e os 13 anos e que se caracterizam por crises parciais simples motoras, frequentemente com generalização secundária; simples ou agrupadas, em vigília e de evolução benigna. O exame neurológico, o EEG intercrítico e os estudos neurorradiológicos foram normais
Palabras claveCrises epilépticas parciaisEvolução benignaCategoriasEpilepsias y síndromes epilépticos
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