Introdução e objectivo. A associação entre a contagem leucocitária e o prognóstico observado na doença vascular cerebral isquémica e na hemorragia subaracnoideia, foi escassamente documentado na hemorragia intracerebral primária. O objectivo do nosso estudo é avaliar a importância do valor de leucócitos no sangue periférico nas primeiras 24 horas, como prognóstico de mortalidade na hemorragia intracerebral primária. Doentes e métodos. Analisam-se de forma prospectiva as hemorragias intracerebrais primárias supratentoriais nas primeiras 24 horas durante o período 19871994. Avaliámos a relação entre idade, sexo, tamanho do hematoma, conteúdo de sangue nos ventrículos, nível de consciência no internamento, sobrevivência e prognóstico aos 30 dias, glicémia, hipertensão arterial e contagem leucocitária.
Resultados Analisaram-se 186 hemorragias intracerebrais primárias (64% homens e 36% mulheres); a média de idade foi de 64 anos (DE: 10 anos). 63% foram hemorragias profundas e 37% lobares. 35% dos doentes faleceram. A leucocitose associou-se com a sobrevida (p= 0,003), o prognóstico (p= 0,0005) e a hemorragia intra-ventricular (p= 0,03). Objectivámos uma associação significatíva entre o tamanho do hematoma (r= 0,256, df=186, p<0,0001), a glicémia e o internamento (r= 0,282, df= 186, p< 0,0001), o nível de consciência (r= 0,263, df= 186, p<0,0001) e a contagem leucocitária. Conclusões. A contagem leucocitária no sangue associa-se significativamente com o prognóstico e com uma maior mortalidade, pelo que poderia valorizar-se como um parâmetro de pior prognóstico na hemorragia intracerebral primária
Palabras claveLeucócitosMortalidadePrognósticoCategoriasPatología vascular
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