Introdução. A utilização de ultrasons para a detecção de estenoses carotídeas susceptíveis de endarterectomia , é uma prática habitual. Dentro desta técnica, o Doppler contínuo, juntamente com o estudo do estudo de fluxo orbitário, continua a ser muito útil, não só em situações concretas, mas também de forma sistemática. Apresentamos um estudo sobre a validade desta técnica no nosso laboratório de Patologia vascular cerebral. Doentes e métodos. Selecionam-se 708 doentes estudados sequencialmente durante 10 anos com Doppler contínuo e angiografia convencional (gold standard). Os dados obtidos independentemente com cada técnica, foram comparados, com o objectivo de estabelecer o grau de coincidência entre elas e os correspondentes indicadores de validade. Realizaram-se tabelas de contingência para diferentes pontos de corte correspondentes a vários graus de estenose (50, 70 e 100%). Calcularam-se os parâmetros de validade (sensibilidade, especificidade, valor preditivo e precisão em cada caso.
Resultados A percentagem de coincidência de ambas as técnicas foi de 91,95%. Para todos os pontos de corte, o grau de precisão foi elevado (>94,35%). A especificidade e o valor preditivo negativo do Doppler comparado com a angiografia, foi em todos os casos superior a 95 e 96%, respectivamente. Conclusões. Os indicadores de validade obtidos no nosso laboratório, confirmam a técnica de Doppler contínuo como um método ideal de diagnóstico não invasivo de estenoses carotídeas e fazem recomendável a sua utilização sistemática em doentes com suspeita de doença carotídea extra-craniana. Dado, também, o baixo custo dos equipamentos comparativamente às tecnicas mais sofisticadas, deveria generalizar-se o seu uso como método diagnóstico de primeira linha em todos os serviços de neurologia
Palabras claveDoppler contínuoEstenose carotídeaTestes não invasivosUltrassonografia
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