Introdução. As características dos acidentes vasculares cerebrais (AVC) fornecem escassa informação sobre a sua etiopatogenia, apesar de poderem sugerir um dado mecanismo. Pensámos que os enfartes múltiplos no território vertebrobasilar poderiam estar relacionados com etiologia embólica, sobretudo cardioembólica. Doentes e métodos. Estudaram-se 73 casos de um registo hospitalar prospectivo, de AVC, com enfartes agudos não lacunares, do território vertebrobasilar, sem história prévia de AVC ou acidente isquémico transitório. Compararam-se dois grupos: doentes com uma única lesão no território da artéria cerebral posterior (49) e doentes com múltiplas lesões vertebrobasilares (24). Foram analisados os factores de risco vasculares cerebrais, a investigação efectuada e a patologia encontrada como etiologia possível.
Resultados Os factores de risco e os exames complementares efectuados foram semelhantes, com excepção da hipercolesterolémia, que foi mais frequente nos doentes com lesões múltiplas, assim como a utilização do Doppler transcraniano. No grupo de lesões múltiplas, a patologia cardioembólica foi mais frequente, assim como a patologia cardioembólica de elevado risco e a fibrilhação auricular, ainda que sem significado estatístico. Conclusões. Estes resultados apóiam a hipótese de que enfartes múltiplos não lacunares, no território vertebrobasilar, resultantes de um primeiro AVC, têm maior frequência de patologia cardioembólica e sugerem que, em presença deste tipo de enfarte, se realize uma investigação cardíaca exaustiva
Palabras claveEnfartes múltiplosEnfartes vertebrobasilares
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