Introdução. As perturbações neurológicas do tracto urinário inferior aparecem ao longo da evolução da esclerose múltipla. A sua expressão como sintomatologia irritativa, obstrutiva ou mista, segundo a terminologia padrão da Sociedade Internacional de Continência, varia em cada doente e também no decurso da doença do mesmo. Estas perturbações vesico-urinárias prejudicam a qualidade de vida e as suas complicações pioram o prognóstico se não receberem o tratamento adequado. Desenvolvimento e conclusões. Revimos as bases anatómicas e fisiológicas que integram e coordenam as funções vesico esfincterianas, a dinâmica miccional com as fases de enchimento e esvaziamento e a sua coordenação com os esfíncteres mediante os centros e circuitos do sistema nervoso, a fisiopatologia em relação com a localização das placas de desmielinização, a incontinência por hiper-reflexia do detrusor, por hiper-reflexia com dessinergia, por hiper-reflexia do detrusor com hipoactividade do mesmo, na fase de esvaziamento e finalmente por arreflexia. Revimos também a sintomatologia e clínica, que varia entre 60 a 80%, segundo as séries e depende do tempo de evolução e grau de envolvimento dos doentes, com predomínio da sintomatologia irritativa sobre a obstrutiva e o tratamento, que necessita de uma classificação correcta das perturbações, com fármacos anticolinérgicos ou fármacos bloqueadores alfa-1 e miorelaxantes, cirurgia, neuro-estimuladores, reabilitação, cateterismos, uso de absorventes e colectores, outras técnicas e terapias em desenvolvimento, sem esquecer as medidas de prevenção das complicações.
Palabras claveAlterações urináriasEsclerose múltiplaCategoriasEsclerosis múltiple
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