Introdução. A neurocisticercose é a parasitose cerebral mais frequente. Os últimos casos publicados em Espanha ocorreram em doentes provenientes de países endémicos. A formação de quistos subaracnoideus gigantes (QSG) é uma complicação infrequente da neurocisticercose, cujo tratamento é objecto de discussão. Apresentam-se dois casos observados recentemente no Vale do Jerte, uma comarca rural da Extremadura.
Casos clínicos Caso 1. Homem de 64 anos, com crises parciais complexas (CPC) desde 1984. Em 1987 élhe diagnosticado neurocisticercose com quistos parenquimatosos e é tratado com praziquantel. Em 1996 é-lhe diagnosticado mediante a TAC e RM um QSG frontal esquerdo e dois quistos parenquimatosos activos. Efectuou-se a extirpação cirúrgica do quisto sendo posteriormente o doente tratado com albendazol. Caso 2. Homem de 72 anos, com crises generalizadas e CPC desde 1970. Em 1987 e em 1991 mediante a TAC e RM observam-se várias lesões parenquimatosas compatíveis com neurocisticercose. Em 1997 apresenta um quadro de cefaleia e deterioração cognitiva subaguda; na TAC e RM aprecia-se um QSG temporal esquerdo e várias lesões parenquimatosas activas. O doente é medicado com albendazol e dexametasona. A evolução é favorável em ambos os casos, embora a resolução radiológica do QSG no caso 2 tenha demorado um ano. A serologia para o cisticerco é positiva no soro em ambos os casos e no caso 2 também é positiva no LCR. Conclusões. A neurocisticercose continua a ser uma entidade presente em Espanha. Os QSG podem responder ao tratamento com albendazol, enquanto que o tratamento cirúrgico será a melhor opção no caso de provocarem hipertensão intracraniana grave.
Palabras claveCisticercose racemosaNeurocisticercoseQuistos subaracnoideus gigantesTratamento
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