Introdução. O enfarte medular é a doença vascular mais frequente da medula espinhal, mas a sua incidência é baixa e a sua dificuldade diagnóstica faz com que, por vezes, não seja reconhecida. Embora tenham sido descritos casos de enfarte medular como complicação de procedimentos angiográficos, actualmente a sua ocorrência é bastante rara.
Caso clínico Descrevemos um caso de enfarte medular após realização de uma coronariografia. Trata-se de homem de 61 anos com cardiopatia isquémica que deu entrada no nosso hospital para ser submetido a exame coronariográfico. Imediatamente após a realização do exame, o doente apresentou um quadro de dor aguda e intensa a nível lombar com parestesias e fraqueza progressiva nos membros inferiores, com desenvolvimento de paraparesia e aparecimento de distúrbios esfincterianos. Efectuou-se uma ressonância magnética da coluna e medula espinhal, que demonstrou uma lesão ovalada no cone medular compatível com um enfarte. Esta imagem persiste aos seis meses sem alterações. Conclusões. O enfarte medular como complicação de estudos vasculares invasivos, como as angiografias, é actualmente excepcional, embora deva ser tido em conta como efeito adverso possível; suspeitar-se-á perante um quadro de dor lombar aguda com défices motores e sensitivos dos membros inferiores e a realização de uma ressonância magnética da medula espinhal confirmá-lo-á.
Palabras claveEnfarte medularRessonância magnética medular
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