Introdução. A vigabatrina é um fármaco antiepiléptico efetivo no tratamento das crises parciais com ou sem generalização que age aumentando os níveis do GABA por meio de uma inibição irreversível da enzima GABA-transaminasa. Nos últimos anos, apareceram publicações referentes ao aparecimento de alterações dos campos visuais em pacientes em tratamento com este fármaco.
Objetivo Estudar a prevalência e as características das alterações dos campos visuais associadas ao tratamento com vigabatrina em uma consulta de epilepsia de adultos. Pacientes e métodos. Foi realizado um estudo oftalmológico que consistiu em um interrogatório sobre sintomas oftalmológicos, estudo de fundo de olho, campimetria tipo Humphrey, protocolo 30-2, potencial evocado visual e eletroretinograma para um grupo de 10 pacientes em tratamento crônico com vigabatrina.
Resultados Seis pacientes de 10 (60%) apresentaram alterações campimétricas; em dois dos casos (20%), elas eram graves. Só os dois pacientes com alterações campimétricas graves referiram alterações visuais no interrogatório e consistiram em batidas repetidas com diversos objetos. Em dois pacientes (20%) achamos palidez do disco óptico. Em dois casos, que apresentaram alterações campimétricas graves, achamos alterações do eletroretinograma. Os potenciais evocados visuais estavam em todos os casos normais. Conclusões. A prevalência de alterações dos campos visuais nos pacientes em tratamento crônico com vigabatrina é muito alta. Até fases avançadas, não produz manifestações oftalmológicas clínicas. Em um grupo de pacientes, associa-se a palidez do nervo óptico. É muito importante levar a cabo estudos campimétricos seriados para descobrir precocemente estas alterações.
Palabras claveCampimetriaConstrição visualEletroretinogramaRetinopatiaCategoriasEpilepsias y síndromes epilépticos
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