Introdução. A ampla utilização da carbamazepina em múltiplas perturbações neurológicas faz com que seja um medicamento cujos efeitos secundários mais frequentes sejam conhecidos e controlados. A anemia aplástica é um efeito secundário muito raro, embora seja o mais grave, uma vez que apresenta um elevado índice de mortalidade.
Caso clínico Apresenta-se o caso de um doente de sexo masculino, com 51 anos de idade, que sofre traumatismo crânio-encefálico, necessitando de tratamento com carbamazepina, 600 mg/dia. Ao sexto mês de tratamento, detectou-se uma descida das plaquetas, confirmada um mês mais tarde, pelo que decide-se pelo seu internamento, onde lhe é diagnosticada aplasia medular. Apesar da terapêutica imunossupressora, falece após 12 semanas. Discussão. O aparecimento de anemia aplástica não parece estar relacionado com a idade, com a doença tratada ou ser dependente da dose. A maioria dos casos apresentam-se aos 3-4 meses de tratamento, cujo período de risco ocorre no primeiro ano. O tratamento de eleição é o transplante de medula óssea em doentes menores de 50 anos; ultrapassada esta idade, o tratamento recomendado é a terapêutica imunossupressora. O diagnóstico precoce da anemia aplástica é essencial, embora a dificuldade consista em determinar a periodicidade dos controlos hematológicos, já que apareceram casos poucos dias após o início do tratamento. A frequência dos controlos deve basear-se no juízo clínico do médico, efectuando consultas periódicas, para descobrir problemas hematológicos (infecções, febre, equimoses) e alertar o doente e familiares perante o aparecimento de qualquer destes sintomas
Palabras claveAnemia aplásticaAnticonvulsivanteCarbamazepinaFactores estimuladores de colóniasImunossupressoresTransplante de medula óssea
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