Introdução. A depressão é uma situação que, mediamente, se apresenta em 40% de doentes com a doença de Parkinson (DP). Considera-se que se deve a uma disfunção dos circuitos orbitofrontal e dorsolateral, juntamente com o hipometabolismo da região orbital, do núcleo caudado e do tracto dorsolateral frontal. Objectivo. Comparar a eficácia de doses baixas de fluoxetina face a doses baixas de amitriptilina no controlo da depressão em doentes com DP. Doentes e métodos. Foram incluídos 77 doentes (34 mulheres e 43 homens), com idade média de 68,2 anos e com DP (critérios diagnósticos de Calne et al., no estádio II de Hoehn e Yahr), que tinham uma média de 6,9 anos de doença. Foram divididos aleatoriamente de forma a receberem fluoxetina (37 doentes, dose de 20?40 mg/dia) ou amitriptilina (40 doentes, dose entre 25 e 75 mg/dia). Realizou-se uma avaliação basal e outras quatro: aos 2, 6, 9 e 12 meses de tratamento, ao que se incluiu o STMS (Short Test of Mental Status), a escala de Hamilton, o grau de compromisso funcional com a UPDRS. Realizou-se a análise estatística mediante a comparação de variâncias dos parâmetros assinalados e prova da c2 com correcção de Yates ou teste exacto de Fisher de 2 colunas, para avaliar as causas do abandono. Para ambos os casos aceitou-se um valor de p<0,05 como significativo.
Resultados 58 doentes concluíram o estudo. O abandono por efeitos indesejáveis foi exclusivo do grupo que recebeu amitriptilina (p<0,02); este fármaco foi superior à fluoxetina em controlar a depressão (p<0,009, 0,001, 0,002 e 0,00006) aos 3, 6, 9 e 12 meses, respectivamente. Conclusões. A amitriptilina numa dose média de 35,2 mg/dia é eficaz para controlar a depressão em doentes com DP; embora em dose baixa, os efeitos indesejáveis que ocasiona obrigam ao abandono do tratamento em 15% dos doentes.
Palabras claveDepressãoCategoriasNeurodegeneraciónNeuropsiquiatríaTrastornos del movimiento
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