Introdução. O AVC é considerado uma urgência neurológica, sendo recomendada a realização imediata de uma TAC craniana a todos os doentes. Contudo, a sua utilidade nas fases precoces é ocasionalmente questionada. Objectivo. Demonstrar a utilidade diagnostica da TAC craniana precoce após um episódio de AVC. Doentes e métodos. Estudámos retrospectivamente uma amostra aleatória representativa dos pedidos de TAC craniana por suspeita de doença vascular cerebral entre Outubro de 1998 e Abril de 2000. Analisámos as variações diagnósticas e terapêuticas antes e após a TAC (momentos pré-TAC e pós-TAC).
Resultados Foram seleccionados 210 casos. Idade média: 72±10,4 (57% homens). Não se observaram diferenças entre o resultado da TAC (normal ou vascular) dependendo do dia de realização. Diagnósticos pré-TAC: inespecífico: 39,3%; hemorragia intra-craniana (HIC): 17%. Diagnósticos pós-TAC: o mais frequente foi enfarte trombótico (23,7%), seguido de ‘não vascular’ (20%). Tratamento pré-TAC: sem tratamento: 47,9%; antiagregante: 30,4%; heparina de baixo peso molecular: 7,4%. Tratamento pós-TAC: sem tratamento: 17%. 21,7% dos doentes com HIC receberam antiagregantes ou anticoagulantes antes da TAC craniana. A hemiplegia foi mais frequentemente associada à TAC vascular e a disartria isolada a uma TAC normal. Houve 19 êxitos e todos apresentavam uma TAC vascular. Os doentes com TAC vascular foram internados com maior frequência. Conclusões. O resultado da TAC craniana na fase aguda de um AVC é imprevisível. A realização de uma TAC precoce permite melhorar o diagnóstico e o tratamento dos doentes, evita erros terapêuticos graves e influi na eleição do destino.
Palabras claveAVCPrognósticoTAC cranianoTratamentoCategoriasPatología vascular
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