Objectivos. Conhecer a prevalência e as características da esclerose múltipla (EM) no distrito sanitário da Marina Alta. Doentes e métodos. Estudo retrospectivo, descritivo e de localização de casos (método de cruz de registos). Dia de prevalência: 1 de Maio de 2001. Registos da área analisados: hospitalização, consulta de neurologia, serviço de urgências do hospital e centros de saúde. Para o diagnóstico utilizámos os critérios de Poser. Analisámos os aspectos demográficos, diagnósticos, clínicos e paraclínicos dos surtos e do tratamento (interferão-b).
Resultados Relação mulheres/homens: 2,4. Idade média: 46,6 anos. Prevalência EM definida: 40,3/100.000. Prevalência EM casos autóctones: 28,7/100.000. Idade média de início: 32,6 anos. Tempo de evolução média: 12,5 anos. Forma clínica mais frequente: remitente-recorrente (48,1%) seguida da progressiva-recorrente (7%), benigna (5,5%) e primária-progressiva (1,8%). 5,5% tinham falecido, todos com forma progressiva-secundária. Incapacidade em EDSS: maior com forma progressiva-secundária. A ressonância magnética (RM) foi a prova mais realizada (84% dos resultados concordantes, e 13% normais). BOC positivas em 70% dos casos. Estudámos 202 surtos. Sistemas mais afectados: sensitivo e piramidal. Agravamento da EDSS após recuperação do surto: 51,7%. 29% receberam interferão-b, cinco casos (31%) com efeitos adversos relevantes (um surto psicótico, três neutropenias e uma reacção alérgica generalizada). Conclusões. Na Marina Alta, a prevalência da EM ajustada à população autóctone situa-se numa zona de risco médio. As características clínico-evolutivas dos nossos doentes são similares às de outras séries nacionais e estrangeiras. As provas mais rentáveis foram a RM craniana e as BOC-LCR. O tratamento com interferão-b requer um controlo rigoroso pela elevada frequência dos efeitos adversos graves constatados.
Palabras claveEsclerose múltiplaEspanhaEstudo epidemiológicoPrevalênciaCategoriasEsclerosis múltiple
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