Introdução. A esclerose múltipla (EM) é uma doença crónica desmielinizante do sistema nervoso central, caracterizada pela presença de lesões inflamatórias. Objectivo. Analisar o perfil bioquímico das lesões desmielinizantes nas formas iniciais da EM (remitente-recorrente) pela análise dos espectros de ressonância magnética protónica (1H-ERM), de forma a caracterizar o processo de desmielinização e relacioná-lo com os metabolitos e as variáveis clínicas analisadas. Doentes e métodos. Foram analisadas as lesões desmielinizantes de maior tamanho em oito doentes com EM remitente-recorrente (EMRR) utilizando a técnica de 1H-ERM de volume único (VOI) em tempo de eco curta. Como referência, utilizaram-se os espectros de substância branca dos controlos sãos.
Resultados Os espectros de todas as lesões mostraram uma descida nos quocientes NAA/Cr e NAA/Co e um aumento do mI/Cr no que diz respeito aos controlos. Em quatro dos oito doentes, a relação Co/Cr foi superior à dos controlos. Observaram-se diferenças qualitativas e quantitativas nas ressonâncias pertencentes a macromoléculas, relacionadas com a bioquímica do processo de desmielinização. Estas diferenças em NAA/Cr, Co/Cr, mI/Cr e macromoléculas, provavelmente expressam diferentes estados evolutivos das placas. Conclusões. A ERM é uma técnica não cruenta, capaz de observar variações bioquímicas relacionadas com a evolução do processo de desmielinização. A actividade lesional traduz-se num aumento das ressonâncias próximo de 0,9-1,3 ppm. O aumento de mI parece produzir-se num estado precoce de desmielinização e posteriormente diminui o NAA. As formas iniciais de EM apresentam alterações metabólicas nas suas placas similares às formas mais evoluídas da EM.
Palabras claveEsclerose múltiplaEspectroscopia de ressonância magnética protónicaN-acetilaspartatoPlacas de desmielinizaçãoCategoriasEsclerosis múltipleTécnicas exploratorias
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