Introdução. A neurosífilis é uma causa conhecida de crises epilépticas, mas raramente foi descrita a sua associação com o padrão de descargas epileptiformes lateralizadas e periódicas (PLED), apesar de poder provocar lesões vasculares agudas.
Caso clínico Apresentamos um homem a quem se diagnosticou sífilis meningovascular após iniciar com crises epilépticas tónico-clónicas e PLED na região frontotemporal esquerda. No exame neurológico inicial evidenciou-se síndroma confusional e disfasia mista ligeira de predomínio motor. Nas provas complementares destacavam-se serologia luética no sangue e no líquido cefalorraquidiano (LCR) positivas, o que se confirmou com os testes treponémicos. O doente foi tratado com penicilina durante duas semanas. O estudo foi completado com ressonância magnética (RM) craniana que demonstrou um pequeno enfarte temporal esquerdo, origem da actividade comicial clínica e eléctrica. A evolução do doente foi satisfatória, com uma melhoria da perturbação da linguagem, e as crises foram controladas com a administração de fenitoína, No electroencefalograma (EEG) de controlo que se realizou posteriormente apenas se observou um abrandamento na área lesada conhecida. Conclusões. As PLED constituem um padrão electroencefalográfico raro cujo aparecimento foi relacionado com lesões cerebrais agudas, fundamentalmente com enfarte cerebral, tumores e meningoencefalite. Quando excepcionalmente aparecem como consequência de uma isquemia secundária a sífilis meningovascular, o seu significado, sintomatologia e prognóstico não diferem de outras causas de uma doença vascular cerebral.
Palabras claveAcidente vascular cerebralCrises epilépticasTratamentoCategoriasEpilepsias y síndromes epilépticosPatología vascular
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