Introdução. Existem semelhanças entre os nociceptores dos mamíferos e dos invertebrados. Contudo, os efeitos da axotomia em neurónios sensoriais do sanguessuga são mal conhecidos. Objectivos. Estudar as propriedades electrofisiológicas dos neurónios nociceptivos do sanguessuga após axotomia. Material e métodos. Estudaram-se as propriedades electrofisiológicas dos neurónios N, in vitro, em diferentes períodos de tempo após a axotomia.
Resultados Nos neurónios N lateral, a axotomia induziu um aumento da capacitância total da membrana. Constante de tempo da membrana, diminuiu a razão estado estacionário/máximo de hiperpolarização, aumentou a constante de tempo de relaxamento de voltagem do rectificador de entrada, aumentou a duração do potencial de acção, dV/dtmax, dV/dtmin, e a amplitude máxima da pós-hiperpolarização, com aumento da duração da mesma; também aumentou o limiar de descarga (sempre em células não axotomizadas) bem como o da adaptação. Nas células N medianas, após a axotomia, observou-se uma ligeira despolarização e diminuição da reentrada, aumentou a constante de tempo de relaxamento de voltagem do rectificador de entrada, diminuiu a amplitude máxima do potencial de acção, dV/dtmax, dV/dtmin, e máxima amplitude da pós-hiperpolarização, com aumento da duração da pós-hiperpolarização e potencial de acção. Por fim, o limiar de descarga aumentou, quer nas células axotomizadas, como nas não axotomizadas. Além disso, a axotomia induziu alterações em células não axotomizadas. Conclusão. A axotomia modifica de forma diferente as propriedades das células N lateral e N mediana. Além disso, poderá existir algum tipo de comunicação entre as células axotomizadas e não axotomizadas após a axotomia.
Palabras claveAxotomiaN medianaSanguessugasCategoriasDolor
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