Introdução. Com o nome perturbação específica do desenvolvimento da linguagem (PEDL), ou disfasia, referimo-nos ao défice que apresentam algumas crianças no desenvolvimento das capacidades para descodificar e codificar a linguagem, tendo umas capacidades sensoriais, cognitivas e motoras não afectadas. Objectivo. Pretende-se aprofundar a natureza da PEDL, assim como as suas características clínicas e evolutivas, seguindo o modelo neuropsicolinguístico de Chevrie-Muller e a classificação clínica de Rapin e Allen. Doentes e métodos. Numa amostra de extracção clínica formada por 42 crianças disfásicas, estudou-se a linguagem em duas dimensões: formal (fonologia e morfossintaxe) e funcional (uso cognitivo e pragmático), através da avaliação neuropsicológica realizada em diferentes momentos evolutivos (média do tempo de seguimento: três anos e sete meses).
Resultados Os desenvolvimentos fonológico e sintáctico são assinalados como variáveis preditoras da evolução de um indivíduo. Descobrem-se os critérios homogéneos de classificação e as transições diagnósticas, e apresentam-se os perfis clínicos de cada um dos subgrupos da PEDL, que constituem um contínuo no espectro desta patologia. Conclusões. Neste estudo descritivo evidencia-se a unicidade da linguagem e considera-se que um indivíduo com PEDL pode passar de uma categoria de diagnóstico para outra, visto que se trata de distintas manifestações da mesma perturbação, ligadas a variáveis evolutivas e de intervenção psicopedagógica.
Palabras claveDéfice fonológico-sintácticoDéfice léxico-sintácticoDéfice semântico-pragmáticoDesprogramação fonológicaPerturbação específica do desenvolvimento da linguCategoriasTécnicas exploratorias
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