Objectivo. Este estudo realizou-se para avaliar, sob o ponto de vista psicológico e neurológico, a situação dos recém-nascidos que têm cardiopatia congénita antes de serem tratados cirurgicamente e, por sua vez, comparar este grupo de doentes com outro grupo de crianças consideradas sãs. Doentes e métodos. O desenvolvimento psicológico foi avaliado mediante marcos evolutivos procedentes da escala observacional do desenvolvimento, a qual proporciona uma percentagem de elementos adquiridos em diversas áreas. O comportamento é avaliado pelo registo observacional de determinados padrões de comportamento. O estudo neurológico baseou-se num exame neurológico neonatal pormenorizado, realizado por pessoas adscritas à Secção de Neurologia Infantil do nosso hospital, em que se tiveram em conta os distintos comportamentos do recém-nascidos: reactivo, prensor, comunicativo e afectivo.
Resultados Os resultados mostram diferenças significativas tanto nas variáveis psicológicas estudadas como nas neurológicas. Mostram como, em geral, as crianças sãs obtêm pontuações mais elevadas nas áreas de desenvolvimento avaliadas do que as crianças com cardiopatias. Desta forma, observam-se menores pontuações médias nos cardiopatas que devem ser precocemente submetidos a intervenção, em relação aos que serão submetidos a intervenção posteriormente. Sob o ponto de vista neurológico, encontraram-se diferenças significativas na actividade muscular. Conclusões. A presente análise, pioneira no estudo de crianças cardiopatas previamente à sua intervenção, demonstra como os recém-nascidos operados no período neonatal apresentavam já, de forma significativa, uma hipotonia, certa fragilidade e atraso no desenvolvimento motor.
Palabras claveCardiopatia congénitaDesenvolvimento motorRecém-nascidos
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