Nos últimos anos alguns estudos assinalaram as possíveis sequelas neuropsicológicas derivadas da intoxicação por algumas substâncias: os inibidores das colinesterases. Estes produtos, carbamatos e organofosfatos (OP), têm sido utilizados na indústria, a lavagem do gado, como insecticidas e até mesmo como agentes químicos em atentados terroristas e guerras. Actualmente está muito difundido o seu uso como pesticida, particularmente em zonas como o poente almeriense, onde a agricultura intensiva de estufas, junto com as condições de uso e manipulação destes produtos, faz com que se registem um número significativo de intoxicações. Contudo, este facto não é isolado; já em 1995 foi publicado o primeiro estudo clínico que descreve intoxicações por estas substâncias em trabalhadores. Algumas das sequelas neurotóxicas originadas por essas intoxicações estão bem definidas: síndroma colinérgico agudo, síndroma intermédio e polineuropatia retardada induzida por OP (OPIDIN). Nas últimas décadas realizaram-se vários estudos que medem as alterações neuropsicológicas a longo prazo produzidas pela intoxicação aguda com estas substâncias, e apontam para que tanto a inibição das colinesterases como outros fenómenos bioquímicos podem ter consequências neurotóxicas permanentes. A presente comunicação pretende pôr ordem no conjunto de dados com que os diversos estudos contribuem, analisando e contrastando os protocolos de avaliação realizados, os resultados das medidas bioquímicas neurofisiológicas e neurocognitivas, o tipo de intoxicações e o tempo decorrido após estas, de forma a que possam servir de resumo e guia para possíveis trabalhos futuros.
Palabras claveInibidores das colinesterasesIntoxicaçõesNeurotoxicologiaSequelas neuropsicológicasCategoriasTrastornos metabólicos y tóxicos
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