Introdução. A intoxicação por arsénico inorgânico é uma doença multi-sistémica com derrames pericárdico e pleural, sintomas gastrointestinais e pancitopenia. A complicação neurológica mais frequente é o aparecimento de uma polineuropatia distal simétrica.
Caso clínico Descreve-se a evolução de um doente com um quadro sistémico de três meses de evolução, consistente fundamentalmente em sintomatologia abdominal, que desenvolveu uma tetraparesia rapidamente progressiva associada a uma polineuropatia aguda desmielinizante, atribuída num primeiro momento a síndroma de Guillain-Barré (SGB) pós-infecciosa. O aparecimento de um quadro de encefalopatia associado fez descartar outras possibilidades de diagnóstico; entre estas, a intoxicação por metais pesados, e detectaram-se níveis elevados de arsénico no cabelo, unhas e urina. Apesar do tratamento chelante, o doente faleceu por complicações respiratórias. Conclusões. A confusão diagnóstica com uma SGB na polineuropatia por arsénico não é rara. A progressão atípica obriga a excluir intoxicação por metais pesados, entre outras patologias. No nosso caso, o aparecimento de um quadro de encefalopatia foi determinante para o diagnóstico. As polineuropatias por arsénico, quer sob o ponto de vista electrodiagnóstico como anatomopatológico, podem ser de tipo axonal ou desmielinizante, segundo a dose e o tempo de exposição ao mesmo. Postula-se a interferência com o ciclo de Krebs como mecanismo fisiopatológico.
Palabras claveElectrofisiologiaFisiopatologiaPolineuropatiaToxicidadeCategoriasNervios periféricos, unión neuromuscular y músculo
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