Objectivos. O objecto deste trabalho foi estudar as trepanações e deformações cranianas realizadas pelas antigas civilizações paracas, nazca, huari tiahuanaco e inca, através de um trabalho de campo visitando as ruínas arqueológicas e os museus antropológicos do planalto andino e a costa peruviana. Desenvolvimento. A prática da deformação craniana era comum nas regiões andinas. Realizava-se através da aplicação de pequenas tábuas de madeira ou ligaduras compressivas na cabeça do recém-nascido para modificar o eixo de crescimento da cavidade craniana. As deformações tinham um propósito estético, mágico-religioso e de identificação étnica ou social, como símbolo de nobreza ou de identificação das classes dirigentes. A consequência imediata da deformação é uma alteração no processo normal de encerramento das suturas cranianas. Existe uma correlação significativa entre a presença de ossos wormianos posteriores e laterais, em função da deformação intencional. A persistência da sutura metópica e a exostose do canal auditivo externo foram encontrados em 5% dos crânios das múmias pré?colombianas. Outros achados paleopatológicos incluem fracturas cranianas (7%), hiperostose porótica (25% dos crânios infantis), spina bifida occulta, sinais discoartrósicos da coluna vertebral e doença de Pott. Conclusões. A prática da deformação craniana intencional encontrava-se muito difusa nas regiões andinas na época pré-colombiana.
Palabras claveAntropometriaCulturas pré-colombianasDeformação craniana intencionalHistoria a neurologiaMúmiasPaleopatologia
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