Introdução. A arterite de células gigantes (ACG) é a forma mais comum de vasculite sistémica em adultos, e apresenta predomínio no sexo feminino. A incidência da doença aumenta com a idade, é de aproximadamente 70,1 casos por 100.000 habitantes nos doentes maiores de 80 anos. O enfarte cérebro-vascular como primeira manifestação de uma ACG é uma apresentação pouco habitual e associada a um mau prognóstico, especialmente a nível vértebro-basilar.
Casos clínicos Apresentamos três casos clínicos de doentes com idades compreendidas entre os 70 e os 82 anos, nos quais se chegou ao diagnóstico de arterite temporal após um enfarte cerebral. Em todos eles os sintomas mais frequentes da doença (cefaleia, claudicação mandibular, sintomas constitucionais, febre, sudação nocturna, astenia, anorexia e perda de peso) passaram despercebidos até ao AVC isquémico. Num dos casos a evolução do enfarte cerebral levou à morte nas primeiras 24 horas, enquanto que se pôde iniciar terapia com corticóides nos outros dois, com boa resposta inicial. Nos três pacientes chegou-se ao diagnóstico definitivo após o estudo anatomopatológico da artéria temporal. A presença de VSG normal num dos casos não foi contra-indicação para a realização de biópsia temporal. Conclusões. A arterite temporal é causa pouco comum de AVC isquémico. Não obstante, devido ao seu prognóstico fatal, é importante identificar os sinais principais da doença e considerar esta entidade no diagnóstico diferencial do AVC isquémico no idoso.
Palabras claveArterite de células gigantesArterite temporalEnfarte cérebro-vascularTratamentoVasculiteCategoriasPatología vascular
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