Padrão de persistência de tratamentos anticolinesterásicos na demência tipo Alzheimer: análise comparativa retrospectiva de donepezil, rivastigmina e galantamina
Introdução e objectivo. A manutenção do tratamento da demência tipo Alzheimer, a causa mais frequente de demência no nosso meio, é associada a atraso da deterioração funcional e cognitiva do doente. O objectivo deste estudo foi determinar, retrospectivamente, a persistência do tratamento com donepezil, rivastigmina e galantamina em doentes com demência tipo Alzheimer num âmbito populacional. Doentes e métodos. Estudo retrospectivo, realizado em centros de atenção primária. Incluíram-se doentes de ambos os sexos tratados com anticolinesterásicos entre Janeiro de 2000 e Setembro de 2003. Utilizaram-se as curvas de sobrevivência de Kaplan-Meier para analisar a persistência do tratamento.
Resultados Analisaram-se 95 doentes (78,9% mulheres), com uma média de idade de 77,6 (DP: 6,2) anos; 39 donepezil, 35 rivastigmina e 21 galantamina, e uma pontuação no MMSE de 10,3 ± 7,8; 9,7 ± 8,4; e 13,6 ± 7,1, respectivamente (p=0,256). A duração média do tratamento foi: donepezil 80,3 (DP: 7,7), rivastigmina 52,4 (DP: 5,3) e galantamina 49,8 (DP: 4,0) semanas, p£0,01. A persistência mediana do tratamento foi: 129,3 semanas donepezil, frente a 59,1 com rivastigmina e 45,0 com galantamina, p£0,001 em ambos os casos. 62% dos doentes com donepezil continuavam em tratamento após 52 semanas frente a 40% com rivastigmina e 33% com galantamina, p£0,05. Conclusão. Este estudo retrospectivo mostra que os doentes com demência tipo Alzheimer tratados com donepezil apresentaram uma maior persistência do tratamento do que os que recebiam rivastigmina ou galantamina.
Palabras claveDemência tipo AlzheimerDonepeziloPersistência do tratamentoCategoriasDemenciaNeurodegeneraciónNeuropsiquiatríaTécnicas exploratorias
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