Introdução. A presença de anomia e/ou parafasias em doentes com deterioração cognitiva sugere uma deterioração associada da linguagem. A denominação visual permite explorar estes sinais de forma controlada ao conhecer-se a palavra alvo. Objectivo. Estudo semiológico da denominação no envelhecimento normal, deterioração cognitiva e deterioração da linguagem. Sujeitos e métodos. Análise de nove tipos de sinais (resposta correcta, aumento de latências, circunloquios, ausência de resposta, parafasias verbais semânticas, parafasias verbais com semelhança formal, parafasias verbais não relacionadas, parafasias fonómicas e neologismos), numa tarefa de denominação visual (6 ítens), em dois grupos com linguagem normal –controlos > 70 anos e doentes com doença de Alzheimer (DA) de início amnésico– e dois grupos com deterioração da linguagem –afasia vascular e DA anómico–.
Resultados A denominação falhou em 4,2% das respostas em controlos, 10% em doentes com DA amnésico, 30% em doentes com afasia vascular e 50% em doentes com DA anómico. Nos dois grupos com linguagem normal (controlos e DA amnésico) observaram-se parafasias semânticas, com frequências baixas. Os sinais que sugerem dificuldade no acesso/recuperação lexical foram mais frequentes nos doentes com DA, de forma paralela ao grau de anomia. Destaca-se a ausência de sinais de disfunção fonológica nos dois grupos com DA, de forma independente do grau de anomia. Conclusão. A quantificação semiológica permite objectivar diferenças no grau de anomia e no perfil de erros, tanto entre controlos e doentes com DA de início amnésico, como entre os doentes com afasia vascular e anomia neurodegenerativa.
Palabras claveDemênciaDeterioração cognitivaErro semânticoCategoriasDemenciaNeuropsicologíaNeuropsiquiatría
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