Introdução. Uma abordagem integral do conjunto de mecanismos envolvidos na lesão cerebral isquémica permite compreender que alguns dos fenómenos considerados frequentemente como patológicos consistem numa resposta compensatória integrada e harmónica, destinada à preservação da sobrevivência neuronal e da integridade funcional do sistema. Desenvolvimento. Propôs-se que a lise celular num foco lesional pudesse ser um recurso para a protecção do tecido circundante, conjuntamente com o desenvolvimento de vasoconstrição e edema celular, como respostas compensatórias da perda da homeostase do cálcio intracelular. Alguns elementos recentes parecem apoiar esta hipótese. A adaptação a uma menor disponibilidade de oxigénio e de glicose está relacionada com a inibição da actividade neuronal, e das funções comprometidas. A formação de prostanóides, de peróxido de hidrogénio, a libertação de interleucina e de factores neurotróficos relacionam-se com a expressão de genes de resposta imediata, aumento da capacidade de resposta celular às condições de isquémia e o desencadear dos mecanismos de reparação e regeneração, onde a astróglia desempenha um papel chave. Conclusões. A inibição farmacológica, a hipotermia e a oxigenação hiperbárica tiveram um êxito relativo, no manuseamento clínico dos doentes com doença vascular cerebral isquémica. Estas intervenções estão de acordo com alguns dos mecanismos compensatórios endógenos que tornam o encéfalo menos vulnerável do que se pensava anteriormente. Adaptar esta resposta compensatória, em função da prática médica, deverá aumentar a eficácia da terapêutica das doenças vasculares cerebrais
Palabras claveAdaptaçãoFisiopatologiaHomeostasiaInibiçãoIsquémia cerebralCategoriasTécnicas exploratorias
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