Introdução. O conhecimento do risco de recidiva após uma primeira crise epiléptica é importante, pelas repercussões para o doente, e porque o prognóstico é desconhecido para alguns tipos de crise. Objectivos. Conhecer a probabilidade de recidiva e os factores de risco após uma primeira crise convulsiva epiléptica espontânea, focal ou generalizada, ocorrida na infância ou adolescência. Doentes e métodos. Efectuou-se o seguimento de uma coorte de 139 doentes da Área de Saúde do Hospital General de Albacete que tiveram uma primeira crise com as características referidas, antes dos 14 anos de idade. Excluíram-se os doentes com convulsões agudas sintomáticas, febris e neonatais. Calculou-se a probabilidade de recidiva através das curvas de Kaplan-Meier, e efectuou-se uma análise multivariada.
Resultados A probabilidade de recidiva após uma primeira crise epiléptica, aos 24 meses foi de 70%, e aos 76 meses, foi de 75%. De entre uma série de variáveis analisadas, a única associada a maior risco de recidiva foi a variável ‘etiologia’: o risco relativo de recidiva dos doentes com etiologia sintomática remota foi 2,1, comparativamente aos com etiologia idiopática (p< 0,001). Conclusões. Os doentes que tiveram uma primeira crise epiléptica focal ou generalizada convulsiva na infância tiveram 75% de probabilidade de desenvolver epilepsia nos 6 anos seguintes. O risco foi maior para os que tinham uma etiologia sintomática remota, o que deverá ser tido em consideração para decidir o tratamento destes doentes
Palabras claveCrise epilépticaEpidemiologiaInfânciaPrognósticoCategoriasCalidad, Gestión y Organización AsistencialEpilepsias y síndromes epilépticosNeuropediatríaNeuropsiquiatría
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