Introdução. A diabetes mellitus (DM) é um importante factor de risco da doença vascular cerebral, dado que induz, a nível dos pequenos vasos, à proliferação endotelial e ao espessamento da membrana plasmática. O mecanismo patogénico é, portanto, distinto do aterotrombótico e embólico. O nosso objectivo consiste em determinar se existem diferenças entre o ictus do doente diabético e o secundário a outras patologias. Doentes e métodos. Foi levado a cabo um estudo prospectivo de 415 doentes com ictus, admitidos consecutivamente durante um ano. Foram excluídas a isquemia transitória e a hemorragia subaracnoideia. Analisaram-se variáveis como idade, sexo, factores de risco, gravidade (escala canadiana), mortalidade e prognóstico funcional no prazo de uma semana.
Resultados Dos 415 doentes, 354 foram diagnosticados com enfarte cerebral e 61 com hemorragia parenquimatosa. A idade média era de 72,2 anos. O factor de risco mais frequente foi a HTA (n= 241). Sofriam de DM 95 doentes. A análise bi e multivariante determina como variáveis independentes associadas à DM, o surto da patologia vascular cerebral em idades mais jovens (p= 0,009), a associação com a HTA (p= 0,002) e a pior qualidade de vida prévia (p= 0,003). Não encontrámos maior frequência de enfartes lacunares entre os doentes diabéticos. Conclusões. O doente diabético é mais novo e frequentemente apresenta HTA associada. Não existem diferenças quanto a mortalidade e tipo de ictus (isquémico versus hemorrágico). Também não foi encontrada uma relação significativa com o enfarte lacunar.
Palabras claveEnfarte lacunarHipertensão arterialCategoriasPatología vascular
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