Introdução. A dieta cetogénica é um método antigo para o tratamento das epilepsias refractárias em crianças, ressurgida nos últimos anos pela sua eficácia comprovada. Objectivo. Correlacionar as alterações electroencefalográficas com as alterações clínicas observadas num grupo de doentes em dieta cetogénica clássica, para determinar a validade do electroencefalograma no seguimento do tratamento. Doentes e métodos. Avaliaram-se prospectivamente 11 doentes, com idades compreendidas entre 1 e 19 anos, durante um período médio de 22 meses. Tinham diferentes tipos de epilepsia refractária, de acordo com a pontuação de Schmidt modificada por Aicardi, com electroencefalograma do sono prévio ao início do tratamento e aos 3, 6, 12 e 24 meses após se introduzir num protocolo de dieta cetogénica clássica.
Resultados Os registos electroencefalográficos do sono mostraram mudanças em todos os doentes, observando-se normalização em 9% dos casos, grande melhoria em 45,45% e ligeira melhoria em 45,45%. Nenhum doente teve agravamento do traçado. Em 72,7% das crianças houve uma redução no número de crises superior a 50%. Conseguiu-se um controle completo em 27,3%. Conclusões. A normalização ou melhoria do traçado electroencefalográfico do sono foi correlacionada com melhorias das crises. O seguimento electroencefalográfico foi um método útil como um outro preditor da resposta ao tratamento com dieta cetogénica.
Palabras claveCetoseConvulsõesCriançasDieta cetogénicaEpilepsia refractáriaCategoriasEpilepsias y síndromes epilépticosNeurofisiologíaNeuropediatríaTécnicas exploratorias
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