Entrevista

Entrevista com o Prof. Yves Dauvilliers para o 5º Dia Europeu da Narcolepsia 2014


Fecha de publicación de la entrevista 13/03/2014 | Nº de lecturas de la entrevista 39.170
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Prof. Yves Dauvilliers Neurologista do Departamento de Neurologia do Hospital Universitário Gui-de-Chauliac, Montpellier (França). Dirige o Centro do Sono e de referência de hipersónias raras. O Prof. Dauvilliers é reconhecido internacionalmente como perito em hipersónias Pergunta. O Centro do Sono do Departamento de Neurologia do Hospital Universitário de Montpellier é um centro de referência internacional como pioneiro dos estudos do sono na Europa, fundado pelo Prof. Pierre Passouant. Em Julho de 1975, organizou o primeiro Simpósio Internacional de Narcolepsia. Seu sucessor, o Prof. Michel Billiard, contribuiu a reforçar a tradição, e centenas de especialistas de todo o mundo formaram-se, sob a sua direção, em Montpellier. Atualmente o Sr. representa a terceira geração. Poderia explicar-nos os objetivos e as realizações do Centro do Sono de Montpellier na atualidade? Resposta. Para mim é um prazer dirigir a Unidade do Sono do CHU de Montpellier, centro que tem uma longa tradição em medicina do sono em geral e na narcolepsia em particular.Atualmente continuamos a trabalhar sobre diversas linhas de investigação em narcolepsia: fatores genéticos e do meio ambiente, sistema imunitário, consequência da hipofunção do sistema hipocretinérgico sobre as funções cerebrais e periféricas: (cardiovasculares, metabólicas, vícios, tomada de decisões, dor, etc.) mas também sobre as novas estratégias terapêuticas para ajudar os doentes narcolépticos. P. Estamos interessados nos artigos que publicou sobre vacinação H1N1 (vacina excipiente ASO) e o aumento de casos de narcolepsia-cataplexia em crianças e adolescentes em França. Recentemente o Sr. Publicou em Brain (2013) com o grupo de estudo Narcoflu-VF, que observou um risco importante na população adulta. O facto que unicamente em França tenham sido publicados casos em adultos merece uma explicação. Poderia explicar os aspetos chave deste estudo? Que fatores de risco contribuíram a estender o risco em adultos? R. Encontrámos em França uma associação entre a vacina H1N1 e narcolepsia-cataplexia em crianças e adultos, em relação a controlos, comparando o fenótipo da narcolepsia segundo a exposição à vacina. A vacina H1N1 é associada à narcolepsia-cataplexia com uma OR de 6,5 nas crianças e de 4,8 nos adultos. Existem poucas diferenças entre casos expostos e não expostos. Esta associação é robusta às análises sensíveis e uma análise específica da vacina com o excipiente revela resultados similares. Penso que a associação existe independentemente da idade, embora pareça mais marcada na criança, em relação a outros fatores ambientais como as infeções. P. O Sr. é um dos autores das Guidelines on Management of Narcolepsy da European Federation of Neurological Societies (Eur J Neurol 2006), e liderou o desenvolvimento de um novo fármaco para o tratamento da narcolepsia, o Pitolisant (estudo Harmony). Pode comentar algo acerca deste medicamento? R. Desde há 8 anos temos estudado os efeitos positivos e secundários do Pitolisant, um agonista inverso dos recetores H3 que ativa os neurónios histaminérgicos nos narcolépticos. Levámos a cabo um estudo aleatorizado, em dupla ocultação, de grupo paralelo em narcolepsia (Lancet Neurol. 2013). O Pitolisant na dose de 40 mg é eficaz tanto subjetiva como objetivamente em comparação com placebo e é bem tolerado em relação a Modafinilo. O Pitosilant pode também ser eficaz no controlo da frequência da cataplexia. Por fim, o Pitolisant pode ser um tratamento novo em doentes narcolépticos com um mecanismo de ação diferente, e um potencial para uma associação terapêutica, P. O Sr. foi também o primeiro especialista no tratamento com imunoglobulina intravenosa em doentes narcolépticos, com deficiência de hipocretina, com uma melhoria clara na frequência e na gravidade da cataplexia (Ann Neurol 2004, 2006, Neurology 2009). No entanto, os resultados na literatura são controversos, inclusive sabendo que a narcolepsia é uma doença imunomediada e que portanto deveria responder a um tratamento imunomodulador. Pode dever-se à falta de estudos controlados na Europa? R. Publicámos uma certa eficácia sobre a frequência e a gravidade das cataplexias após tratamento com imunoglobulinas intravenosas em doentes narcolépticos, com deficiência de hipocretina, e de início recente antes do tratamento. Objetivámos um efeito maior sobre os sintomas e os níveis de hipocretina no LCR num doente narcoléptico. Os nossos resultados sugerem que iniciar o tratamento quanto antes possível pode modificar o prognóstico da doença. Embora todos os estudos não sigam na mesma direção e sejam necessários estudos aleatorizados para demonstrar o potencial terapêutico das imunoglobulinas e de outros imunomoduladores o mais cedo possível após o aparecimento dos primeiros sintomas. P. O Sr. está interessados nas hipersónias, basicamente em narcolepsia e comorbilidade psiquiátrica e publicou recentemente sobre o tema (BCM Medicine, 2013). Acredita que a deficiência de hipocretina pode ser um fator contribuinte? Existem outros estudos centrados nesta linha? R. Os sintomas depressivos estão presentes nas hipersónias de origem central e fundamentalmente na narcolepsia. O sistema hipocretinérgico tem projeções importantes sobre a amígdala, o cingulum e o rafe dorsal, por conseguinte a sua hipofunção pode contribuir para a depressão na narcolepsia-cataplexia. P. Interessa-lhe também a conduta baseada na recompensa e o processamento das emoções na narcolepsia humana (Front Behav Neurosci 2013). Qual e o papel do sistema hipocretinérgico nestas condutas e no processamento das emoções em humanos? R. Além da função reguladora da vigília e do sono, a hipocretina parece regular os sistemas de recompensa, as emoções, o humor e os vícios. Os estudos em ratos narcolépticos são convincentes neste sentido mas os resultados no homem são preliminares. No entanto, o nosso grupo revelou que os narcolépticos cometem mais erros nas tarefas de tomada de decisão independentemente se estão, ou não, tratados. É possível um certo grau de vulnerabilidade à impulsividade, e ao jogo patológico, em doentes com deficiência de hipocretina, mas são necessários estudos alargados prospetivos para responder a esta problemática. P. Finalmente, o Sr. foi membro cofundador da EU-NN, poderia resumir os resultados desta rede europeia nos últimos cinco anos e comentar algo sobre desafios futuros? R. Precisamos de avançar na compreensão da fisiopatologia da doença, nas suas consequências e na otimização dos recursos sócio sanitários. A narcolepsia é uma doença rara, necessitamos de outros especialistas a nível europeu para avançar juntos na consolidação de uma rede europeia de narcolepsia: a EU-NN. Temos que trabalhar na mesma direção na investigação da narcolepsia. Foi criada uma base de dados para responder a perguntas clínicas importantes. Além da base de dados, realizaram-se a nível europeu um estudo pangenómico e um estudo farmacológico do Pitolisant. Contudo, devemos continuar a trabalhar juntos em projetos de investigação do meio ambiente a nível europeu, e especialmente na nossa rede europeia de narcolepsia EU-NN. Dra. Rosa Peraita-Adrados
Unidad de Sueño y Epilepsia-Neurofisiología Clínica. Hospital Universitario Gregorio Marañón. Madrid

Prof. Juan-Vicente Sanchez-Andrés
Director asociado de Revista de Neurología Departamento médico, Viguera eds.
CategoriasSueño

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