Introdução. As estratégias farmacológicas específicas no tratamento da fase aguda do enfarte cerebral são orientadas de forma a potenciar a reperfusão (antitrombóticos ou trombolíticos) e a neuroprotecção, quanto mais precocemente possível. Desenvolvimento. Os antitrombóticos são anticoagulantes, hipofibrinogeniantes (Ancrod) e antiagregantes. Realizou-se o IST com anticoagulantes, utilizando-se a heparina sc, que levou a um aumento de hemorragias sem benefício evidente. Outros utilizaram heparinóides (TOAST) ou heparinas de baixo peso molecular (FISS ou FISS bis), que igualmente não demonstraram qualquer benefício, mas sim um aumento de hemorragias no caso do primeiro. Relativamente a Ancrod, foi concluido um ensaio na América do Norte (STAT), em que a administração num intervalo <3 horas demonstrou benefício significativo ao fim de três meses. Está em curso outro estudo Europeu (ESTAT). Relativamente aos antiagregantes, realizaram-se o IST e o CAST nos casos que revelaram uma redução de recorrências precoces e um aumento das recuperações, pelo que foi recomendado a sua utilização nas primeiras 48 horas. Existem estudos com abciximab (Reopro), um bloqueador dos receptores da glicoproteína IIb-IIIa; os dados de um estudo em fase II, demonstraram que é seguro e com tendência para melhorar a evolução em doentes tratados. Encontra-se em desenvolvimento outro estudo em fase III. Os trombolíticos foram avaliados em diversos ensaios. O estudo PROACT avaliou o pro-UK por via iv, contra o placebo e demonstrou repermeabilização significativa em oclusões da artéria cerebral média, mas com um maior número de hemorragias e sem redução da mortalidade. O PROACT II demonstra melhor evolução nos doentes tratados.O estudo NINDS com rt-PA por via iv (0.9 mg/kg em <3h) demonstrou uma melhoria do estado funcional aos três meses. No ECASS foram utilizadas doses de 1,1 mg/kg de rt-PA em <6 horas, verificando-se uma melhoria aos três meses que contrastou com um aumento de hemorragias cerebrais e mortalidade. O ECASS-II, com doses similares às do NINDS e idêntica janela do ECASS, demonstrou uma tendência favorável na evolução do grupo tratado sem aumento das hemorragias intra-cranianas sintomáticas. Conclusões. Os neuroprotectores demonstraram eficácia em modelos de isquemia experimental, mas por enquanto não existem evidências definitivas dos seus benefícios nos numerosos ensaios realizados em humanos, embora alguns subgrupos de doentes pareçam ser beneficiados com algum dos mesmos, pelo que continuam em desenvolvimento outros estudos. Num futuro poderia considerar-se a sua combinação com a trombólise.
Palabras claveEnfarte cerebralCategoriasPatología vascular
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