Caso clínico Criança de 4 anos, sem antecedentes, que dá entrada no nosso hospital por sonolência e progressiva depressão sensorial. Em 24 horas o quadro agrava-se, com crises parciais do hemicorpo direito e hemiparesia direita. A TAC craniana mostra hematoma parenquimatoso temporoparietal esquerdo com colapso do ventrículo lateral esquerdo e moderada obliteração das cisternas basais. A angio-RM e a arteriografia cerebral definem imagens compatíveis com trombose dos seios longitudinal superior, lateral esquerdo e sigmóide. A doente é heterozigote para a mutação G®A na posição 20210 do gene da protrombina, associada a um risco elevado de trombose. Recebe heparina endovenosa, persistindo uma situação de hipertensão endocraniana e isquemia tecidual com resposta parcial a agentes hiperosmolares, coma barbitúrico, pelo que realiza-se cateterização selectiva do seio longitudinal superior e fibrinólise local com uroquinase contínua durante 72 horas. O resultado é satisfatório, com repermeabilização do seios trombosados e boa resposta clínica, sem complicações. Actualmente a doente apresenta paresia funcional da mão direita e recebe tratamento com anticoagulantes orais. Conclusões. Defende-se o tratamento fibrinolítico local precoce com uroquinase em crianças com trombose dos seios venosos que não respondem ao tratamento com heparina sódica. Considera-se necessário incluir o estudo molecular da mutação G20210A do gene da protrombina no exame de factores de risco protrombóticos na população pediátrica.
Palabras claveAcidente vascular cerebralCoagulopatia, PediátricoTrombose dos seios venososUroquinaseCategoriasPatología vascular
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